Ser mulher e aprender a se amar significa nadar contra a corrente que tenta nos afogar em um rio de ilusões, que embaralha nossa visão tentando nos fazer acreditar que não somos boas o suficiente, belas o suficiente, inteligentes o suficiente ou fortes o suficiente para ocupar qualquer lugar que mereça algum tipo de respeito nesse mundo de máscaras patriarcais.
Eles nos dão espelhos de presente, enquanto roubam nosso ouro. Estipulam metas de beleza a serem atingidas por nós que nunca serão alcançadas e nem devem ser. Pintam o quadro da dama ideal, daquela que não se expressa e esconde a boca ao sorrir. Tentam agradar algumas com migalhas em formato de flores e chocolates que proporcionam uma falsa satisfação que é seguida por um momento de profunda decepção com os quilos a mais. Enquanto as outras que não se encaixam no padrão da dama respeitável, ficam com o cargo de mãe solteira que trabalha que nem bicho por não ser merecedora do amor romântico de um homem.

Levantar a cabeça, se olhar no espelho e ver o ouro que brilha dentro de si e que eles nunca vão poder roubar é um ato revolucionário. Amar seu corpo e todas as marcas que ele carrega é um ato revolucionário. Reverenciar sua vulva, sua vagina, seu útero o lugar onde todos os seres humanos foram gerados é uma ato revolucionário. Amar o sangue que escorre entre suas pernas, entender e aceitar a ciclicidade do ser fêmea é uma ato revolucionário. Se masturbar e sentir tesão pelo seu próprio corpo é um ato revolucionário.
Comprometa-se a amar a si mesma cada dia mais. Comprometa-se a honrar o seu corpo e respeitar a casa-templo que ele é.
Falar de autoamor é falar de revolução, pois quando pensamos na ação que esse conceito representa percebemos quantas crenças limitantes precisamos destruir para conseguir se amar plenamente.
Quando mergulhamos mais fundo no oceano que é amar a si mesma, chegamos na origem humana, a escuridão que guarda os mistérios da nossa energia orgástica.
Os seus ouvidos se surpreendem ao ouvir que a energia orgástica é a origem de nossa existência? e o que move todas as nossas criações?
Se sim, revise suas crenças e se permita sentir e honrar essa explosão de energia vital que um orgasmo pode te proporcionar.
Permita-se descobrir o potencial infinito de sua vulva. Sinta cada uma das 8 mil terminações nervosas de seu clítoris e permita-se gargalhar sem botar a mão na boca.
Goze, chore, ria, dance e solte todas as amarras que tentam controlar a mulher selvagem que não tem medo do seu prazer.
Ser você, amar você, sentir você, sem medo de jorrar de tesão por si mesma.
O amor por si mesma é algo que ninguém pode te tirar, porque você conquistou.